sábado, 3 de setembro de 2011

Prefiro austeridade à bancarrota

E pronto, o país acordou da letargia estival, com umas pingas de chuva de um Setembro precoce e uma lista de algibeira lida, muito pausadamente, por Vítor Gaspar.


Eu não sei o que esperavam os portugueses, mas eu pelo menos era isto que esperava. Cortes e mais cortes. É que até Dezembro o caderno de encargos é forte e sem a economia a crescer a solução é pagar a fatura socratina em impostos. Não há milagres.

Os cortes são de tal ordem, que obrigam a alterações na estrutura do estado e ainda bem. O país não deve desaproveitar esta oportunidade de se reformar. Vejamos as DREs, para que servem hoje? para muito pouco. Nas alturas quentes de concursos, o auxilio dados aos professores é nulo e às escolas é escasso, estando tudo muito limitado a aplicações informáticas. O preço dos manuais escolares é escandaloso; se baixassem, concerteza baixaria também aqui a comparticipação do estado. Os governos civis já foram de vela. E no ministério da agricultura, onde há mais funcionários que agricultores? e os médicos não gostam de picar o ponto porquê? porque estão paradas as salas de operações? e o regabofe no estado paralelo de intitutos e fundações? pois há muito por onde cortar.

O governo decidiu um imposto suplementar no ultimo escalão do IRS. Foi uma gritaria. Então não é de elementar justiça que estes paguem mais um pouco?

Tributar o capital é um pouco mais complicado e Sócrates em 2010 já tinha aumentado a taxa liberatória em mais 1,5%. Bem sei que é injusto o capital pagar menos de metade do trabalho nos escalões mais altos. Mas o que fazer? os bancos estão descapitalizados e aumentam as taxas para captar depósitos, cujo capital permitirá financiar o investimento. Não se trata só portanto de tributar os rendimentos dos mais ricos, mas sim de cuidar que esse capital financie a economia em vez de fugir para sitios menos vorazes fiscalmente. É uma equação dificil e aproveitada para a contestação social.

Creio que o governo corre contra o tempo e pretende voltar aos tempos de Portugal, o bom aluno da Europa. Fazer mais do que lhe é pedido e acomodar uma folga orçamental que acomode alguns esqueletos que possam aparecer. Desta maneira baixa-se o risco da republica e o país poderá regressar aos mercados da divida mais cedo e com juros mais baixos. Oxalá isto corra de feição, para bem dos portugueses.

Uma coisa que me faz graça é alguns economistas perderam tempo com as equações económicas. É muito simples: sendo Portugal uma pequena economia aberta, sem a Europa e a América descolarem, nós não vamos longe.

Já agora, porque está na moda, a questão das euro-bonds. Isto é, colocar a divida publica de todos os paises da moeda unica no mesmo saco e titulariza-la. Obviamente que isto levaria a uma subida do rating dos PIGS e descida do directorio europeu. Claro que a Alemanha e a França não querem. E quem os pode criticar? do outro lado, está visto que no dia que isto sucedesse os PIGS mandariam o acordo da troika às malvas. Óbvio. Por isso, este aperto aos PIGS acaba por ser uma oportunidade para um ajustamento.

São tempos difíceis, mas eu prefiro austeridade à bancarrota.

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