A novela das portagens está para durar e é certamente tema que fará discorrer muita tinta, pela importância socio-económica.
Relembro, que uma antiga comissão de utentes se extinguiu, pois a sua direcção considerou que regionalmente uma votação expressiva no PS corporizava uma concordancia com as portagens, e por isso não havia motivação para continuar.
O PC é o partido mais fortemente empenhado na contestação, querendo, como é hábito, capitalizar politicamente o descontentamento.
O CDS neste caso é contra, não sei se o é em abstracto.
O PS localmente tem um discurso de oposição - o apelidado de consumo local - mas na prática será o partido que forçará a aplicação de portagens. Sócrates quer um pais de auto-estradas, muitas serão pagas, num país de impostos exorbitantes e asfixiantes, onde o salário mínimo são 425 euros .
Pessoalmente e em teoria, sou a favor do utilizador pagador, como já acontece em termos ambientais. Creio que é um principio justo e correcto. Mas, é um principio que faz sentido mediante determinados pressupostos sociais, financeiros e económicos, que particularmente no caso do litoral Norte, não se verificam. Esta é uma posição lógica e razoável.
O Eng. Cravinho e Guterres foram os grandes obreiros e defensores das SCUTS, enquanto nos habituamos ao longo dos anos, a ver o PSD alertar para os perigos de financiamento das SCUTS. Exagerou-se neste modelo de desenvolvimento com base no betão. A Irlanda para atingir o clímax económico antes da
crise não investiu em auto-estradas mas em conhecimento. Passados mais de 20 anos após a adesão à CEE, ninguém fez uma linha de mercadorias em bitola larga que nos ligasse ao centro da Europa, tal como continuam a não o fazer (o obsoleto TGV não terá mercadorias). Não fosse a oposição e a sociedade civil, a OTA seria uma realidade e já uma adjuvante real no buraco do endividamento externo, concerteza o rating da republica já estaria igual ao da Grécia, onde esta semana entrou o FMI. É este o pais socrático moderno - por sinal por estes dias lá disse o homem após quase 5 anos, que tínhamos de exportar mais, e só conseguiu falar em PMEs na véspera das eleições.
Mas começa a ser publico e notório qual o interesse na construção de tanta auto-estrada...
Relativamente ao assunto, por aquilo que ouvi e li, Macedo Vieira, tem uma posição coincidente com a aqui expressa. O principio que é justo, mas não aplicável com os actuais pressupostos: falta de alternativas viárias, défice no desenvolvimento regional e um baixo PIB percapita localmente.
Como sair daqui?
Primeiro vamos ao diálogo. Aproveitemos, que o governo agora parece que já aprendeu a dialogar!
PS - "Dados do BdP indicam que "caminho do investimento e apoio a empresas" é certo ". Quer dizer, isto foi precisamente o que o governo não fez, nem tampouco falou, além do tal investimento em betão não reprodutivo e de umas passeatas a Aljustrel do MPinho. De um trambolhão de 3% no PIB em 2009, cresceremos 0,7% em 2010 - fantástico! até estranho é o fogueteiro ser o AJSeguro: mudança de ciclo!
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