Quem comprou submarinos que pague a divida do país
Paulo Portas (PP) veio dizer que se o défice é público que o paguem os funcionários públicos.
De vez em quando, foge-lhe a boca para a verdade e esfuma-se aquela pose de estado. PP mostra assim o que sempre foi. Alguém, em quem não se pode fiar numa coligação, e nas dificuldades, não hesita em desmarcar-se. Mas as consideração ao episódio são várias...
Por exemplo, muitos dos que elegeram este governo, por saberem que gostasse-se ou não, era a solução imediata para parar a gangrena nas contas do estado, não gostarão de saber, nas palavras de PP, que são bode expiatório de uma divida para a qual não contribuíram.
Quem contribuiu forte e feio, foi PP quando andou em negociatas escuras de compra de armamento, submarinos, blindados PANDUR que estão a apodrecer ....
Quem ajudou a endividar o país foi quem negociou e renegociou aumentando ainda mais os prejuízos do estado nas PPPs, não foram os funcionários públicos.
Eu percebo que PP esteja contra o acórdão do TC, porque ele representa uma certa estirpe do capital, dos altos quadros de empresas privadas e profissionais liberais que distribuem o mercado por meia dúzia de famílias em Portugal . O privado de que ele fala é este, não o proletariado, não os rurais. É que a lavoura do PP são os latifundiários à mesa da PAC, não são os minifúndio das estufas e do leite, que ainda na semana passada foram para a rua pois tudo está na mesma.
Quem ajudou a afundar o país não foi a administração publica esvaziada de competências, para escritórios de advogados, institutos e entidades autónomas fora do controle do estado e TC. Quem criou este monstro paralelo deve ser julgado e condenado.
Mas a argumentação de PP não colhe mesmo numa questão fundamental que é o papel do estado. Que eu saiba, o estado não serve só os seus servidores. A saúde, a justiça, a educação, os transportes, não são só para funcionários públicos, são para todos. Se isto está mal, então a responsabilidade é de todos.
Mas é também importante que se diga, que se todos pagarem impostos como os funcionários públicos o défice resolve-se num ano.