sábado, 1 de setembro de 2012

O Regresso De Férias

O país regressou dos banhos, este ano mais modestos e de entrada ficou logo a saber, que a austeridade feita, afinal de nada serviu. O défice do estado nos primeiros 6 meses é de 6,5%. Ou seja, os cortes de subsídios nos funcionários públicos de nada valeram, até porque esse dinheiro já não entrou na economia e os privados também se ressentiram e consequentemente as receitas fiscais.

Mas  Gaspar, já tem ai na manga a receita aplicada ao burro do inglês e mais cortes ai estão na calha. Já ouvi dizer até que há professores a mais embora não tenha percebido, pois com turmas de 30 alunos! ah, devem passar para 40. Agora os quarteis cheios de tropa enquanto as rotas de droga se mudaram para portugal, a floresta arde e a gatunagem se governa! e que nem Deus lhes toque, que se arruina o 25 de Abril e os grandes feitos coloniais_aliás, os militares foram os únicos a serem promovidos; eu acho que lhes deveria ser permitido fazer greve, pois reduziam a conta do estado e os cidadãos não ficavam prejudicados.

O Portas do CDS (PP) como de costume, está em grande forma e mesmo no estio não desarma: todas as medidas duras são do PSD, mas na bonança, lá estão p´rá foto, os meninos de azul e dente brilhante. Com a privatização da RTP, PP já disse que o CDS se desmarca. Agora eu gostava de sentido de estado, era na entrega de 60 000 fotocopias à procuradoria para se resolver o caso dos submarinos.

O caso Relvas acalmou. Ainda que se tivesse tratado de um licenciamento pouco ortodoxo, toda a gente percebeu que se tratou de um linchamento publico feito por uma corporação acossada a propósito do caso do Publico e da RTP. Os portugueses não devem é esquecer que os impostos são escassos e não devem pagar a atividade de um canal publico que paga salários 5 vezes superiores ao PRepublica e não presta um serviço publico. Quem presta serviço publico é a RTP2 e essa resolvia-se com 7M anuais, bem sustentados pelo erário e só com publicidade institucional. A proposta do governo não pode e não deve passar por um privado a receber taxas publicas, isso é uma aberração.

A PARPUBLICA  veio dizer num relatório que a TAP apresentou prejuizos de 140 M no 1º semestre e a divida acumulada é de 1,1 mil milhões. As greves dos pilotos, o aumento dos combustiveis e falta de concorrência pela rigidez da empresa, fazem com que nós não nos livremos deste peso morto que ninguém quer comprar. Eu até propunha que os pilotos que lhe dão tanto valor a comprem e ai farão as greves que entenderem. Venda-se e depressa. Eu até deixei de voar na TAP, pois pago o dobro e o mais certo é ser dia de greve. A estória das companhias de bandeira, do patriotismo e orgulho nacional é boa para as administrações e para os pilotos, porque para os contribuintes não será. De certo para o Norte não será, pois as tentativas de subalternizar o Sá Carneiro têm sido várias.

Nesta altura do ano a colocação de professores é pasto para os pasquins da republica  e comentadores a soldo, que no grosso são ignorantes na matéria que é complexa. Em primeiro lugar diga-se, que o sistema informático de colocação de professores é das coisas que melhor funciona atualmente em portugal e mexer no que está seria um crime de lesa pátria, escancarando-se o sistema à cunha e ao lobby, que mesmo assim são possíveis, mas diminutos e facilmente descobertos. As opções politicas que estão a montante da concepção do sistema é que podem ser discutíveis. Outra questão polémica é o timing do concurso, mas não pode ser de outro modo, pois o apuramento de necessidades é sempre tardio, agora, ajudaria se a legislação, as politicas e as opções fossem mais estáveis.

Continuando na educação, vejamos: como é que o sr Ministro diz que vai vincular mais 8000 contratados se com os mega-agrupamentos e turmas de 30 alunos criou uma serie de professores de quadro sem horário? mas como faz isso agora? é que só em 2013 haverá concurso externo!
Noutra frente, Nuno Crato diz que vai reforçar a aposta no profissional. Mas como, se acabam as verbas do POPH e QREN em 2013? como faz? vai reduzir os cursos cientifico-humanisticos e colocar mais professores em horário zero, tendo de lhes pagar, e contratar mais gente para dar disciplinas técnicas sem ter dinheiro para lhes pagar? isso agravaria a despesa em dobro. Na prática, o que acontece, como já este ano, é que os alunos foram-se matriculando nos cursos oferecidos proporcionados pelos quadros das escolas e os cursos profissionais viram a oferta reduzida, porque necessitam de contratações externas e  representam um acréscimo de despesa. Agora entre a realidade e uma suposta politica, há diferenças.

Em portugal há má gestão na educação e más politicas de educação. A má gestão é facilmente visível quando se gastam milhões numa escola, mas não se realiza um programa de recolha nacional de amianto em escolas, ou quando material informático ficou dois anos em caixas sem utilização. As más politicas de educação vêem-se pelos resultados que continuam fracos, em boa medida devido a um sistema que tem dado todas as garantias aos alunos e encarregados e é parco e benevolente nos deveres. Um sistema que nos últimos vinte anos aceitou quase todas as habilitações para a docência porque democratizou a educação e agora descarta pessoas como se fossem números. Na politica educativa, continua a ser escandalosa a conivência com os lobbys editoriais, em que os manuais atingem preços pornográficos e estão sempre a mudar, quando o paradigma cientifico continua a remontar há dois ou três séculos atrás.

Do outro lado do mundo, China, fala-se de uma crise em 2013, uma bolha ou várias, motivada pela elevada divida das regiões, no imobiliário e sabe-se lá que mais. Parece que já existia em 2008, mas foi atenuada por uma politica de estimulos. Sobre isto acho que vem desmistificar o papão da China, é uma economia que não poderia continuar a crescer naquele ritmo por muitas razões e diga-se que no Brazil vai acontecer o mesmo. Outro ponto importante é que se a China arrear, quem é que vai comprar a divida americana?  ou seja: se a globalização é isto, que se acabe com ela, pelo menos a financeira.







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