UK-LEAVE: A fava pode sair à casa
David Cameron, num ato de imaturidade politica e calculismo pessoal, prometeu um referendo. Um momento de crise na UE influenciou o seu resultado.
Os bons argumentos do "leave" não contaram todavia toda a história. O UK abriu uma caixa de pandora e as correntes separatistas podem vir ao de cima - Escócia e Irlanda do Norte querem o "remain" e o primeiro passo é um referendo para sair do UK. Ou seja, o referendo pode ter cavado a sepultura dos britanicos.
Mas há outras consequências: o enfraquecimento da libra, a fuga de investimentos e capitais da city, muitas agencias e instituições que sairão do UK, queda do PIB, desemprego, etc.
Dentro da UE o euro treme, e valha-nos o UK não estar na eurozona. Penso que a nível económico se podem fazer acordos bilaterais, mas o UK não poderá entrar livremente no mercado único como antes, pelo que este processo é mais doloroso para os britânicos.
A UE foi também construída com o objetivo de criar um espaço de estabilidade geopolítica. Eventos deste tipo trazem sempre incerteza. As eleições em Espanha podem ser influenciadas pelo brexit, e os partidos mais extremistas podem cair, pelos receios no futuro.
A nível global a coisa é grave. Está instalada a duvida e isso é fatal no investimento numa altura em que a recuperação económica é fraca.
Para Portugal e outros países do sul com problemas de défice, divida e financiamento isto é terrível, e outra crise do euro seria catastrófica.
Agora coloca-se um dilema: vai o processo reforçar a coesão da UE ou acicatar os separatismos?
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