"A elite trocava cumprimentos e agradecia nomeações, enquanto o povo assobiava como no furor de um penalti mal assinalado."
5 Outubro 2013
As comemorações começaram mal,
pois a festa é do povo e este esteve ausente. Foi como que um choque e até revoltante
ver chegar a elite em carros topo de gama, com luxo, guardados pelos esbirros a
soldo do contribuinte, quando outros sofrem e são espoliados, para pagar o
fausto da república, os erros do despesismo e da negociata com os dinheiros do
estado. Isto não é o republicanismo
.
Apesar de tudo, a democracia é
representativa, e Costa e Cavaco, os dois que discursaram, lá enumeraram os valores
do republicanismo e o povo lá foi referido.
De Costa: “ crise não se pode
resolver à custa da democracia.” Falou do importante papel dos municípios. Do
governo querer dar aos municípios apenas aquilo que as freguesias podem fazer,
e em Lisboa, muitas competências serão desconcentradas para as juntas. Lisboa
quer os transportes e a sua gestão, pois, as empresas públicas não
servem apenas para sanear à custa dos contribuintes e vender aos privados,
devem estar ao serviço dos cidadãos.
Cavaco, falou da escola como
espaço onde se concretiza o ideal republicano: esforço, talento, qualidade, o
papel importante dos professores; Portugal como país onde a escola é sinonimo
de mobilidade social; a penalização da escola como a penalização dos mais pobres.
Mas aqui há um problema: Cavaco devia vetar as recentes leis de Nuno Crato que
privatizam o ensino público – falta-lhe a coerência entre o discurso e a ação.
O final pareceu um daqueles
filmes italianos comédio-trágicos: a banda da GNR tocava, a elite
trocava cumprimentos e agradecia nomeações, enquanto o povo assobiava como no
furor de um penalti mal assinalado.
Hoje, pareceu-me ver ali
retratada uma certa “mexicanização”, possível em qualquer pais da America
Latina, comandada por um qualquer caudilho.
Infelizmente é este o estado do
meu país!
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