sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Mas o corte é de 4 ou 10 mil milhões?

Antonio Capucho, destacado militante do PSD, afirma que o relatorio do FMI a ser aplicado representaria um corte de 10 mil milhões de euros no estado com graves repercursões no preço dos serviços públicos e na economia. Adiantou ainda que o 1º ministro não explicou o porquê de um corte desta dimensão.

Capucho, Carreiras, David Justino, Mota Soares, Paulo Macedo, entre outros,  justificaram porque é que o estudo é duvidoso.

Os dados da educação utilizados foram os de 2000/2003 quando existem os resultados nos testes de PISA em 2006 que revelaram grandes melhorias nos resultados dos alunos. O estudo tem como base percentagens do PIB de cerca de 5 a 6% investidas em educação, quando atualmente apenas se investe 3,8% do PIB no setor, sendo que a média europeia  de 5,5% - portanto uma fraude e uma mentira o que está no relatório, Portugal investe na educação abaixo da média europeia e os resultados têm melhorado. David Justino, antigo ministro da educação do PSD, disse ontem que os cortes sugeridos são irreais, pondo em causa o funcionamento do sistema, para além das inconstitucionalidades.  A opção do FMI na educação remeteria os portugueses para o ensino privado, bem pago, num sistema com impostos altos; ironia das ironias, há uma queixa na procuradoria por uma alegada má utilização de dinheiros públicos em grupos privados de ensino!

António Capucho sugeriu ao governo pedir estudos a instituições credíveis:  às universidades Portuguesas bem colocadas em rankings mundiais, à OCDE... É que o FMI nunca aplicou um programa com sucesso - foi corrido do Brasil, em África uma desgraça, deixou a Argentina de rastos e a Grécia é o que se sabe. A própria UE veio dizer que o estudo era duvidoso.

Eu gostaria de terem analisado as empresas publicas, o setor empresarial do estado, as PPPs, os institutos, os grupos de missão, as fundações. Mas não. Sendo assim, resta concluir que o  estudo não é tecnico (até porque se técnico, seria muito mau) é politico, e só foi pedido ao FMI pela proximidade ideológica ao governo - profundamente liberal. Ora se há conclusão paradigmática recente, é que tem de haver regulação. O mercado não se regula a si próprio nem gera mecanismos de proteção e apoio social, bem pelo contrário.


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