terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

NA ESPUMA DOS DIAS: um silêncio ensurdecedor

Apesar do nosso destino, dir-se-ia que em Portugal não se passa nada. Todos os dias, vê-se o salve-se quem puder no meio de um país com pés de barro. Mas o povo está sereno.


A maior parte dos portugueses gostaria pelo menos, de vêr os bons exemplos muito apregoados em campanha. Critérios e concursos, ao contrário de nomeações com direito a 14 retribuições, PPPs por esta altura a serem duramente negociadas, reforma do estado encerrando serviços paralelos. Mas vai tardando, e parece que de 2011 foram mais 6 000 M de divida.

Mas entretanto, parece que anda ai o gasparzinho com novas tabelas de IRS perfeitamente leoninas. O bastonário dos TOC fez as contas e afirmou, que quem no ano passado pagou 250 euros de IRS/mês, vai pagar mais 25 euros. Isto somado à inflação, a mais 0,1% de IMI e outros impostos indiretos, equivale a uma perda de rendimento de 10% em 2012.

Onde iremos parar? mas o povo é sereno. Enquanto isto o PGRepublica anda lá na vidinha e não lhe passa pela cabeça uma carta rogatória para Paris.

A oposição não pode com uma gata pelo rabo. Nesta altura era necessário um parlamento fiscalizador, para prevenir certos abutres, que os há em todo o lado. Os socratistas perderam a vergonha e deviam seguir o exemplo do chefe, já ajudavam à credibilização da politica.

Mas há de facto um silencio ensurdecedor. Muita pobreza escondida que se pode materializar em revolta. Porque o problema não está só nos sacrificios, mas nos exemplos. Um PR que acha-se sacrificado. Os salários milionários e reformas do banco de Portugal pagos pelos contribuites, onde ainda exitam, como demais funcionários do estado, a apenas 12 retribuições. Uma presidente da Assembleia da Republica que foi reformada aos 42 anos e acumula com mais de 5000 euros de ordenado, mais ajudas de custo: não teria de optar por reforma ou salário?

Um silêncio ensurdecedor.

No final do ano, teremos uns 15% de desemprego. A reforma laboral por si, não resolve coisa nenhuma. Nunca se criou emprego e riqueza por decreto. Quando os empresários têm menos habilitações que os funcionários, a coisa não vai longe: como se tem visto. Uma coisa é certa: depois de destruído o tecido económico, este leva muitos anos a recuperar e quem está desempregado, não tem esse tempo. O país, não tem esse tempo. É por isso que achamos muita graça a certos empresários, que pagavam o salário mínimo, venderam as empresas em pré-crise, e andam por ai a dar receitas, ou aqueles que toda a vida foram os tais empreendedores na sombra do estado.

(...)

Até quando?

Haja esperança!

PS: Passos Coelho não decretou tolerância de ponto no carnaval. Pessoalmente acho uma festa estupida no formato massificado de imitação barata brasileira, valorizo sim, a tradição pagã portuguesa. Aqui, acho que foi uma jogada estratégica de PPC para consumo externo: um país intervencionado, não gasta dois dias úteis em foguetada. Localmente, aqueles que roeram a corda fizeram bem, porque não se pode matar a economia local, e esses exemplos não ecoam muito lá por fora.

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