Da semana
A semana que vai terminar suscitou uma série de fatos importantes que vão marcando a nossa vida.
Começo por registar a subida dos juros a longo prazo das obrigações portuguesas. A ida aos mercados, bem preparada, adivinhava-se efémera porque na realidade o que conta é a economia. É esta que gera riqueza para pagar a divida e como se sabe as previsões do banco de Portugal são o dobro mais pessimistas que as do governo, para uns -2 a -2,5 de queda do PIB. Há indicadores já para janeiro, que indicam uma queda alarmante do consumo. A unidade técnica de apoio ao orçamento já disse que prevê para já uma derrapagem de 600M no orçamento por queda de receita. Ora isto era o que se comentava em dezembro.
Esta noite reuniu-se o conselho europeu para discutir o orçamento comunitário para os próximos 7 anos. Cameron entrou de Leão e sairá como um gatinho e concerteza falará ao grande reino como vitorioso. Mas afinal o orçamento so deverá cair de 960 mil milhões para 900. Portugal leva para já 500M para a agricultura e poderá chegar aos 1500 M durante os 7 anos. Holland parece não se ter prestado a "merckozys" e nem atendeu o telefone para encontros de diretorios com Merckel e Cameron: fez bem, porque essa história da UE dos ricos e dos pobres contraria o espirito europeu e levará ao separatismo.
Depois de 1000M para o Banif, seguem mais 1000M para os ativos toxicos do BPN. É dificil explicar que se vá cortar 4000M no estado social, não haja credito para PMEs, quando o credito para os bancos é ilimitado.
Franquelin Alves, exadministrador da SLN (dona do BPN) foi para uma secretaria de estado no ME. Apesar de todas as justificações é incompreensivel a forma como foi tomada esta decisão, apenas compreendida num contexto de autismo dos eleitos para com eleitores.
Este fim de semana reúne o conselho de ministros para decidir o tal corte de 4000M, depois do tal grande debate nacional à porta fechada. É consensual que não haverá reforma do estado, mas sim amputação do estado, e cega. Parece-me que não há interesse em discutir a reforma do estado, porque isso permitiria cortar muito lugar que alimenta a partidarite, os tais institutos, grupos de missão, fundações, gabinetes, acessores, secretárias, motoristas, rendas às energeticas, PPPs.... as tais gorduras que se mantêm como disse recentemente o tribunal de contas.
O ministro da edução continua por maus caminhos. Depois de dizer que há professores a mais, quando as turmas andam nos 28/30 alunos, anuncia um concurso extraordinário de vinculação de professores, fazendo um frete aos sindicatos, mas desagradando aos professores, porque os lugares abertos em quadro de zona para os contratados, podem interessar a outros professores de quadro que não podem aceder a este concurso. Há aqui portanto uma desigualdade concursal, o que levanta a suspensão de isto ser uma espécie de encomenda. Além do mais o concurso não foi estendido às ilhas, o que já levou a recurso aos tribunais estando o concurso suspenso.
No PS a situação passou da normal discussão, ao ridículo. Ou seja, o secretario geral eleito, dispõe-se a uma direção bicéfala com Antonio Costa, que não foi eleito nem mandatado por ninguém, além de meia dúzia de socráticos sedentos de poder, sem o respetivo período de nojo. Parece inevitável um congresso com disputa de liderança antes das autárquicas.
Bom fim de semana!
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