A quem interessa o Bloco Central?

Por estes dias acende-se de novo a polémica do Bloco Central. É uma ideia que não me motiva uma vez que bloqueia a pluralidade parlamentar e nessas condições continuaremos com falta de qualidade democrática.

Quanto ao PS e PSD no mesmo saco, seria o chamado saco de gatos.

A quem interessa ou não o Bloco Central?

Aparentemente, aos dois designados partidos, para já, creio que a nenhum. O PS tenderá a dramatizar o discurso para a maioria. O PSD, com Ferreira Leite e Rangel a dar mostras de credibilidade (a subir já com 36%-sondagem católica) apostará em chegar à maioria relativa e recusará liminarmente a proposta.

Se a estratégia do PS, é mandar o recado do bloco central pelo Dr. Sampaio para recolher reacções, pode-lhe sair caro, pois o pais já mostrou que não quer de novo esta maioria absoluta e vai reforçar no PSD e à esquerda.

Do lado do PSD sabe-se o que pensa Ferreira Leite de Sócrates e Rangel disse hoje que a divergência é de fundo: o PS aposta em mega-investimentos não redistribuidores de riqueza, o PSD nas PMEs que criam emprego e dinamizam a micro-economia.

Portugal tem de ser governado na pluralidade do parlamento e os partidos têm de ser responsáveis em arranjar ai soluções, não enredarem-se depois numa espécie de "golpes de estado parlamentares", que não reflectem a verdade das urnas e levam por vezes boa parte do eleitorado a deslocar-se para os extremos do espectro politico.

Será que este pais só pode ser governado por maiorias absolutas?_ no resto da Europa não é assim. As maiorias não se pedem merecem-se, conquistam-se. Quando um partido pede maioria, é porque ainda não tem maturidade para a conquistar e respeitar. Como diz o Dr. Medina Carreira, maiorias são para governos competentes.

Fica no ar de novo a questão:

_ A quem interessa o bloco central?