A politiquice na qualidade das praias
As últimas épocas balneares foram marcadas, na Póvoa de Varzim, pela saga da Salmonella, uma bactéria que, atraída pela fama das nossas águas, se lembrou de vir a banhos nas praias mais a norte,afugentando a concorrência dos humanos. A chegada da Salmonella, solenemente anunciada pela diligente Autoridade Local de Saúde, teve na comunicação social (televisões e jornais) a amplificação sensacionalista que a raridade do evento justificava. E ninguém, com medo do bicho, se atrevia a perguntar-lhe por que aparecia aqui, e não mais a sul, nem mais a norte, onde as condições deacolhimento eram igualmente favoráveis. Era tudo mérito – dizia-se – da atenta e preocupada Autoridade Local de Saúde e do seu acrisolado amor à saúde dos autóctones e atrevidos visitantes. O mérito da visita da Salmonella só não foi um exclusivo dessa diligente técnica de saúde pública porque uma conhecida confraria política (o Partido Socialista, que alberga um denominado Grupo de Reflexão para a Saúde, constituído por eminentes autoridades em matéria epidemiológica), se encarregou de converter a ocorrência, sanitariamente irrelevante, no que ela, essencialmente, era: um pretexto para combater partidariamente a gestão do município. Com isso, e porque, nessa estratégia, o Partido Socialista contou com a cobertura mediática que é própria da silly season, pouco o apoquentou a circunstância de afugentar da cidade inúmeros banhistas – cuja presença era, por tradição, o ganha-pão da fileira da economia local associada à actividade balnear e ao turismo. Na cegueira desse combate, tudo valia: o interesse da cidade – da sua economia, da sua imagem – era coisa menor, face à obsessão do objectivo político em vista. De nada valeu, nesta peleja, o Presidente da Câmara ter apelado ao bom-senso de quem, exercia (exerce) o cargo de Autoridade Local de Saúde e do principal partido da oposição. E, como nos parecia evidente, mas só agora oficialmente confirmámos, à leviandade de quem semeou o alarmismo acrescenta-se a circunstância (nada despicienda) de ser tecnicamente ignorante. Nem de propósito, chega a esta Câmara, proveniente da Direcção-Geral de Saúde e assinada pelo próprio Director-Geral, a Circular Normativa nº06/DA, de 04-06.09, relativa a “Execução do Programa de Vigilância Sanitária das Zonas Balneares Costeiras e de Transição”, a qual, no seu ponto 3.1 (“Parâmetros”), diz, textualmente: “De acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde, não e justificável a pesquisa de Salmonella em águas costeiras. Vários estudos realizados sugerem que, até ao momento, não existem dados epidemiológicos que suportem a implicação directa da presença de Salmonella na água de mar na saúde dos utilizadores. Por outro lado, é pouco provável que a sua presença na água do mar contribua de forma significativa para a transmissão de doença através do uso recreativo da água, devido à sua baixa infectividade e presença relativamente reduzida em águas residuais, o que, quando associado à sua rápida inactividade em águas de mar, determina uma viabilidade biológica limitada”. Ou seja, estas orientações, além de prescreverem o que nos parecia sensato, datam, já, de há 6 anos. O que significa ignorância técnica, ou - pior que isso, mas hipótese plausível – uma actuação intencionalmente isolada, circunstância que explicaria a excepção que a Póvoa de Varzim constituiu, nesta matéria, na região. Uma certeza temos: o comportamento do Partido Socialista da Póvoa de Varzim acarretou incalculáveis prejuízos para a economia da cidade e para a sua imagem enquanto destino balnear, e evidenciou irresponsabilidade que não pode ficar sem o devido julgamento político. O caso é tão evidente quanto é certo que, nesta matéria, os demais partidos daoposição souberam, responsavelmente, conter-se.” -------------------------------------------"
Quanto ao PS citando a acta: " Uma certeza temos: o comportamento do Partido Socialista da Póvoa de Varzim acarretou incalculáveis prejuízos para a economia da cidade e para a sua imagem enquanto destino balnear, e evidenciou irresponsabilidade que não pode ficar sem o devido julgamento político. O caso é tão evidente quanto é certo que, nesta matéria, os demais partidos da oposição souberam, responsavelmente, conter-se."-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Refere o blog Póvoa 2010:
Surpreendido? pois! Deve ser bairrismo meu, ou não. São dados retirados das classificações das praias da própria Administração da Região Hidrográfica do Norte. As percentagens referem-se ao número de praias boas, más ou razoáveis.
Ranking de qualidade balnear
1-Caminha BOA -100%
1-Espinho BOA -100%
1-Póvoa de Varzim BOA - 100%
1-Viana do Castelo BOA - 100%
5-Matosinhos BOA-71% RAZOÁVEL-29%
6-Esposende BOA-40% RAZOÁVEL-60%
7-Porto BOA-25% RAZOÁVEL-75%
8-V.N.Gaia BOA-90% RAZOÁVEL-5% MÁ-5%
9-Vila do Conde BOA-0% RAZOÁVEL-67% MÁ-23%" do blog Póvoa 2010
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