Quatro anos perdidos
O nosso 1º ministro já proclamou a retoma umas poucas de vezes, tal como a queda do desemprego ou a resolução do défice, entre outras... já não se livra da fama da politica do anúncio. Quem não se lembra do seu ar zombante e acusatório em 2004, relativamente ao crescimento da economia ou do emprego, segui-se depois com a bandeira dos 150 000 empregos.
Ora, todos já sabemos, que o défice a correr bem no final do ano serão 6%, o desemprego 10% e o PIB terá caído no ano uns bons 3,5%, pelo menos.
É por estas e por outras, que este homem, impulsivo no bem aparecer e com boas noticias vencer, é apanhado no próprio eleitoralismo, já que é desfasado da realidade e ainda por cima apanha com o refluxo negativo das elevadas expectativas criadas. Manuel Pinho era outro profiquo do modus-operandi (o touro lindo de Aljustrel, ficará nos anais ao bom estilo da 1ª Républica). A dona Lurdes pelo show-off na educação sem resultados um case study na Sociologia.
Ora o nosso 1º lá veio dizer que uma subida trimestral de 0,3% já ai estava. Desta vez mediu melhor as palavras, mas da minha parte fiquei todo arrepiado, por ver o esforço daquele homem, contra-natura, não vestido mas sentado na pele do cordeiro, esforçando-se por não ir buscar a taça pelo valor anunciado. Quer dizer: anunciou o valor e sentou-se ao seu lado esperando o efeito de contágio.
O que o sr não diz, e a gente sabe que ele sabe que nós sabemos, é que essa subida tem a ver com a liquidez injectada nos mercados, com o aumenta do poder de compra por via da queda da inflação, juros baixos e queda do preço do crude. Portanto o governo do PS nada teve a ver com isto. Se tivesse posto os tribunais a funcionar, diminuísse a burocracia e apoiasse as PMEs em vez dos monopólios, talvez o PIB disparasse na retoma, assim, vamos em pelota, porque com o Durão ainda segurámos a tanga na pior fase.
Uma pergunta ao nosso 1º: qual o rácio de PMEs (em relação às grandes) que foram nas comitivas à Venezuela e a outros países?
As PMEs criam 80% do emprego nacional, mas Sócrates parece que só deu conta agora perto das eleições, quando o PSD anda a pregar isto desde sempre. Ora um governo autista, que segue durante quatro anos a politica empresarial do Estado Novo -o primado dos grandes grupos económicos- não percebeu ou não quis aumentar o PIB no país, ou outros valores maiores se "alevantaram". As PMEs teriam-no conseguido, aumentando as exportações e diminuindo o défice externo, criando emprego e riqueza.
Quatro anos perdidos.
PS: Sócrates não se aguentou, e já disse aqui que " foram os investimentos públicos que tiraram o país da recessão técnica". A cereja em cima do bolo, foi uma nova versão da politica do anuncio: a politica do anuncio do anuncio; ou seja, a criatura anunciou que já noutra legislatura poderá ser anunciada a construção de mais seis hospitais:_"primeiro-ministro garantiu hoje “que a estes seis somar-se-ão, até ao fim do ano, as decisões de construir os de Loures, Vila Franca de Xira, o novo hospital do Algarve e também o hospital de Todos-os-Santos, em Lisboa”. Hilariante! assim não se moraliza a politica.
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