terça-feira, 10 de novembro de 2009

SOL NA EIRA E CHUVA NO NABAL

Há muito que nos habitámos à imoralidade que são os valores envolvidos no sector do futebol. Frequentemente se esgrimem os comentários a favor, assentes nas leis do mercado. Acontece que o mercado tem funcionado mal e quando os clubes lucram são privados, quando têm prejuízos, procuram a mão do sector público. Portanto, nestas condições, não há mercado a funcionar.
Somos um pais pródigo nesta realidade. Clubes falidos, perdões fiscais, estádios por pagar e às moscas. Veja-se o estádio de Aveiro: o que fazer com o mamarracho? há câmaras que se endividaram para construir estas aberrações faraónicas, num país com 2 000 000 de pobres: isto é próprio de países com democracias duvidosas, suspeitas, lá p´rás bandas da América do Sul.
Um caso paradigmático, é um clube lá para os lados da Av. da Boavista, em que o imobiliário pressupostamente pagaria um estádio e deixaria o clube de boa saúde financeira, mas, a estória, está a acabar mal.

As crises têm este aspecto positivo, estouram, expurgam, emagrecem e reestruturam os sistemas, e a actual, originaria no sub-prime americano em 2007, continua a fazer estragos e a dar-nos bons exemplos do que não se deve fazer, como se tem visto, até com risco para as comunidades e bem comum.

Aqui pelas terras baixas de varazim, adoptou-se uma solução semelhante, o qual não me arrepia nada, mas, é necessário equacionar se o novo modelo a seguir é viável, ou então, estaremos próximamente a assistir na caça às bruxas no Varzim.


Macedo Vieira falou recentemente do assunto à ROV, referindo que "erros do passado não foram corrigidos" e "antevendo um futuro pouco auspicioso para o clube". Ora bem, alguns poveiros não podem criticar a autarquia em abstracto, por hipotética má gestão dos dinheiros públicos, e depois virem exigir ao municipio que arranje dinheiro dos contribuintes para pagar futebol profissional.


É quase uma lei de vida, que os pequenos seguem os grandes, e não raro, é ver pequenas associações locais, a colocarem-se em bicos de pés, exigindo mundos e fundos às autarquias, pois os mecenas públicos estão nas "lonas". Os 34 anos de democracia não foram suficientes para incutir uma noção de estado, e acima de tudo do seu financiamento.


As pequenas colectividades e os pequenos clubes, têm de se consciencializar que a sua função é social, amadora e não profissional. O objectivo deve ser a dinamização desportiva das comunidades onde se inserem, e não, por via do arrastamento de rivalidades bairristas e pequenas vaidades, enveredarem em grandezas despesistas, que causam a ruína das associações e colectividades. É necessário assentar os pés na realidade.


É necessário bom senso, para não perder de vista as prioridades do desenvolvimento, quando ainda falta fazer tanta coisa essencial e básica ao bem estar das populações.

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