quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O velho, o rapaz e o burro

Seguiam a pé, o velho à frente seguido do burro e atrás o neto. Ao passarem por uma povoação logo foram criticados pelos que observavam a sua passagem:
-Olhem aqueles patetas,ali com um burro e vão a pé.
-O velho disse ao neto que se montasse no burro e este assim fez. Um pouco mais adiante passaram junto de outras pessoas que logo opinaram:
-O garoto que é forte montado no burro e o velho coitado, é que vai a pé.
Então o velho mandou apear o neto e montou ele no burro. Andaram um pouco mais até que encontraram novo grupo de pessoas e mais uma vez foram censurados:
-Olhem para isto: A pobre criança a pé e ele repimpado no burro.
Ordenou então o velho ao neto:
-Sobe rapaz, seguimos os dois montados no burro.
O rapaz obedeceu de imediato e continuaram a viagem mas um pouco mais adiante um grupo de pessoas enfrentou-os com indignação:
-Apeiem-se homens crueis, querem matar o burrinho?!
Descendo do burro, disse o velho ao rapaz:
-Desce. Continuamos a viagem como começamos. Está visto que não podemos calar a boca ao mundo"
Esta rábula bastante conhecida, espelha um pouco a demagogia politica do comentário ou critica em Portugal.
Pegando na questão do orçamento de estado ( OE) e da posição do PSD. Ora este partido no inicio da discussão do OE deu logo a entender, que, na actual situação do país e depois do recado da Moddis, era urgente aprovar um OE que desse bons sinais aos mercados, sob pena da divida do país (próxima de 100% do PIB) se tornar pesada em juros.
Esta atitude do PSD foi considerada pelos criticos como o seu enterro, já que seria o compadre do orçamento e da politica socialista.
O CDS, perito em oportunismo politico, não cencuravel, jogou ao ataque, querendo contentar as suas clientelas com propostas avulsas, dizendo apenas, quanto à despesa, o PS que corte depois onde quiser e entenda-se com os descontentes.
Perante esta arrancada de Portas, vieram os críticos a vociferar com grande gáudio(veja-se o fiel Emídio Rangel ontem na RTN) que o CDS seria o coveiro do PSD, tudo estaria perdido para o grande partido da oposição sem iniciativa, sem rasgo.
Discretamente, MFLeite veio mostrar grande sabedoria politica e sentido de responsabilidade, com uma posição muito inteligente que até me surpreendeu. Diz apenas ao governo, o OE terá de ser responsável, sob pena de isto se transformar noutra Grécia, as escolhas são dos senhores, pois, como Sócrates tanto gosta de dizer, quem governa é o governo.
O PSD tem assim a responsabilidade de endireitar as contas do país perante uma politica despesista de Sócrates (veja-se a falência do programa do emprego, milhões em cima dos problemas não os resolvem) e dá a folga necessária ao governo para escolhas, pois é quem governa. Esta opção tem ainda a vantagem de não se poder associar o PSD às escolhas politicas que o PS vier a fazer.
O PSD escolheu o país, depois, não se pode agradar ao mundo todo!

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