quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Parece que nos caiu o céu em cima

De repente parece que nos caiu o céu em cima. Numa altura em que tínhamos mais um ano para o ajustamento, o que supunha pelo menos uma estabilização dos sacrificios, e o BCE disse que ia intervir ilimitadamente no mercado secundário de obrigações soberanas,  o que nos permite economizar em juros, eis que, os políticos borraram a pintura.

O CDS já se sabe, esteve sempre mais preocupado com lugares e sondagens. Agora que as coisas aquecem, Paulo Portas (PP) foge com o " rabo à seringa ", como se alguém o tomasse por ingénuo. Alguém acredita que PP não sabia das decisões do governo na TSU? alguém acredita que PP se deixasse marginalizar neste assunto?  depois, cabe na cabeça de alguém, PP enquanto governante, ir pedir uma opinião ao CDS antes de se pronunciar? perdeu-se o sentido de estado.

Passos Coelho, esse sim, foi ingénuo se julgou que podia contar com a solidariedade de PP. A agravar o problema, o ministro que deveria fazer a coordenação politica do governo está em banho maria  por razões óbvias e até está para o Brazil. Aliás o Brasil foi sempre um sitio para onde as elites fugiam quando as coisas aqueciam por cá.

Elementos de várias universidades portuguesas realizaram um estudo sobre a TSU. As conclusões do estudo são públicas. Prentoriamente é dito que as mexidas na TSU propostas pelo governo não geram o emprego anunciado. Na melhor das hipóteses gera-se mais 1,5% de emprego, que é completamente desproporcional à subida de 7% para os trabalhadores, o que pode ser anticonstitucional.

Apenas 30% da economia exporta. Então temos 70% de empresas que necessitam do mercado interno para crescer e assim também criar emprego. Isto explica porque é que também a CIP está contra a medida.

Uma medida destas, antes de anunciada teria de ir à concertação social. Não foi.

Perante tudo isto, as decisões do governo foram no mínimo estranhas. Não se percebe. E como também a comunicação é má, o povo saiu à rua. Não foram os partidos, nem os sindicatos. Foi o povo, a classe média, maioritária nos países desenvolvidos. Se o governo insistir na desvalorização fiscal a favor do capital, essa classe média passará a pobre e assim preencheremos mais um requisito para o grupo do subdesenvolvimento. Esta medida destina-se a competir com os países emergentes. Mas então é este o modelo que nos estão a propor? se é o modelo proposto pela troika, não votaram os portugueses nestes senhores. Aliás, o acordo não é estanque, tem margem de discussão, e era ai que eu gostava de um governo mais empenhado.

Voltando ainda à questão da comunicação, uma coisa é dizer a verdade, outra é fazer um discurso depressivo, em que medidas recessivas são apresentadas em catadupa, sem uma resposta para o crescimento da economia, uma palavra de estimulo e confiança para o futuro. Ora perante isto o que aconteceu nos últimos dias foi uma queda da confiança dos agentes económicos e do consumo. Como é que se espera assim aumentar o emprego e a receita fiscal?

Ora assim não vamos lá. Sentir-se-a o governo iluminado perante um pais de ignorantes?

Como muita gente já disse, os políticos têm de ter juízo. As eleições já foram, o país não aguenta esta instabilidade, e se os que lá estão não servem, ou já não têm condições, os partidos que indiquem outros.

Quanto ao PS, que se ponha nos seus tamancos. Um ano de recauchutagem não chega. A entrevista de Seguro ao canal 1 foi redonda, cheia de lugares comuns, frases feitas, foi uma mão cheia de nada.

Haja fé e esperemos que quem foi eleito para nos representar nas várias instituições do estado pense verdadeiramente no país.

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