terça-feira, 18 de junho de 2013

O que disse Ferreira Leite na Estela

 Manuela Ferreira Leite disse segunda-feira à noite que "teria tido imenso prazer" em que o ex-primeiro-ministro José Sócrates "tivesse enfrentado a troika" e tomado "as medidas terríveis" do programa de ajustamento.

Reiterou que a receita aplicada pela troika a Portugal "está errada" e os seus "resultados são desastrosos".
"Eu se pudesse satisfazer um desejo, teria tido imenso prazer em que o Sócrates tivesse enfrentado a troika e ficar ele a tomar as medidas terríveis. Não mais falavam de camarote tanto quanto agora falam", respondeu a antiga governante, quando lhe perguntaram se achava que o PSD se tinha precipitado aquando do chumbo do PEC 4.
Na opinião da ex-ministra das Finanças, "o Fundo Monetário Internacional (FMI) não tinha a mínima experiência de intervenções nos países" da natureza de Portugal, uma vez que em países com moeda única "nunca tinham feito nada".
"Eu penso que neste momento ninguém tem dúvidas, até aqueles próprios que ditaram a receita, de que a receita está errada porque os resultados são desastrosos", defendeu.
Considerando que "o ritmo" imposto para as medidas é desajustado, Manuela Ferreira Leite defendeu que "em recessão, não é possível fazer-se consolidação orçamental", e, portanto, "querer ajustar contas públicas em recessão é uma impossibilidade".
Para a ex-deputada social-democrata, "o quadro de correcção, ou bem que é amenizado o seu ritmo, ou então não tem correcção possível".
"Vamo-nos afundando cada vez mais, pensando que estamos a corrigir", alertou, acrescentando que "se não houver crescimento, isto não é corrigível".
Ferreira Leite disse ver "com bons olhos" o facto da palavra "crescimento" ter entrado "no léxico político", salientando a importância de "estar na boca das próprias instituições" que impuseram o modelo que Portugal está a cumprir.
Sobre uma questão relativa ao aumento do IVA na restauração, a ex-líder do PSD disse considerar este tema "um mistério".
"É um mistério, porque penso que o objectivo básico de qualquer instituição ou qualquer decisor, quando aumenta os impostos, é para obter mais receita. Quando se lançam impostos cuja receita cai, como é claramente este imposto e como foi claramente anunciado que seguramente ia acontecer, eu só posso dizer que é um mistério", justificou.
Para Ferreira Leite, esta é uma "medida absolutamente negativa do ponto de vista de resultados" e "qualquer tomada de decisão que não tenha adesão à realidade, é sempre errada e deve ser considerada como tal e alterada".
"Considero quase impossível que ela não venha a ser alterada. Se não for, então nessa altura temos que a qualificar de outra forma, que eu neste momento me dispenso de fazer".  in Lusa/Sol

1 comentários:

zedavila,  26 de junho de 2013 às 19:13  

esta grande mulher,uma autentica dama de ferro,foi sempre para mim uma grande estadista....ultimamente nao gosto dos comentarios sobre o governo,da a impressao que passou para o lado da oposiçao,naturalmente pode ter razao em alguns assuntos,mas,quando censura os cortes por exemplo nas pençoes,eu fico com a ideia que ela nao gostou que lhe cortasse nas pençoes dela,eu tambem nao gostei,porque tambem me vieram ao bolso,agora ela sabe melhor do que ninguem,que potugal vive e paga pençoes acima das possivelidades do pais,por isso eu dizer,haver cuidado em nao fazer oposiçao ao governo da familia a que ela pertence

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