quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Abriu o ano novo

e com ele, caiu-nos em bruto um estudo do FMI encomendado pelo governo. Ou seja, o governo, não tendo feito o que lhe competia no inicio de mandato, com tempo e melhor economia, vem chamar outrem para nos dizer a correr parte do que já se sabia. Parte, porque há ali muita demagogia no tal estudo.

Estranha-se muito, como é que o estudo sai primeiro cá para fora antes de ser apresentado pelo governo que o encomendou. Depois há coisas perfeitamente irreais.  Por exemplo, há pouco mais de cem mil docentes nos quadros, como é que se vão cortar cinquenta mil? mandam-se os alunos para casa?

Não quer isto dizer, que esteja tudo mal. Aponta-se o exemplo da saúde  onde a gestão dos hospitais não é a melhor e por isso a produtividade de muitos serviços é baixa fazendo aumentar as horas extraordinárias dos médicos e as lista de espera. Temos uma tropa de generais, como gracejava um documento da diplomacia americana, num pais sem guerra, que não vigia o oceano. Há reformas milionárias no estado: juizes, titulares de orgãos de soberania, do banco de Portugal e CGD, deputados, gente que trabalhou oito anos e tem direito a uma reforma obscena. No estado temos os não qualificados com salarios e reformas  muito mais elevados que no privado, enquanto os qualificados são mal pagos, e esses, a sairem, tirarão qualidade à função publica e a sua capacidade de se reformar.

Mas onde eu gostava de ver determinação (não sei se está no estudo) era nos cortes das PPPs e nas rendas excessivas, que o FMI também refere. O que eu gostava de ver, era uma generosidade social equivalente àquela que é tida com os bancos, como recentemente mais 1100 000 000 euros para o BANIF.

Ainda recentemente o tribunal de contas referiu que os ministérios, no seu funcionamento, não haviam cortado nas despesas em paralelo com a austeridade aplicada ao resto do pais - pois aqui era facil para o governo cortar!

A reforma do pais necessita de consenso politico e social, ou, pela sua dimensão entraremos numa especie de guerra civil, e, apesar do contrario do que se tem dito, acho que estaremos já próximo da Grécia que tem um salario minimo mais elevado que o nosso.

No meio disto tudo não vi nenhuma alusão ao crescimento económico, que é afinal o nosso verdadeiro problema.

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